Friday, May 15, 2009

Publicidade, a ficção e o real em Life’s for sharing

Imagens publicitárias, algo que vemos dezenas de vezes ao dia. Inspiram-nos, manipulam-nos, afectam a forma pela qual pensamos sobre os outros e sobre nós próprios. Moldam a nossa visão do mundo. Nenhuma outra imagem domina a nossa vida de uma forma tão completa. Elas estão em todo o lado, nos ecrãs, nas revistas, nos outdoors...

Mas há uma característica que a grande maoria apresenta. Tratam-se de imagens pouco realistas, que exageram o real, que o distorcem, indo talvez ao encontro dos nossos desejos; sendo o real aborrecido, haverá que distorcê-lo, ficcioná-lo, exagerando algumas das suas características.

A história mostra-nos que este princípio do exagero surgiu há vários milhares de anos (Vénus de Willendorf, ou a de Grimaldi, ou a de Moravany, ou a de Savignano,...), os gregos cultivaram o mesmo princípio, Miguel Ângelo criou igualmente corpos não reais, os impressionistas exageraram cor e luz, na sociedade actual os exageros são dos mais diversos e encontramo-los acentuadamente nas imagens publicitárias.

Se por um lado elas são culturamente construídas, reflectem a nossa cultura, por outro lado o nosso sistema cultural é iguamente o resultado da sua existência e forma.

Contudo, os consumidores, cada vez mais lúcidos perante o consumo destas imagens necessitam de novas abordagens estratégicas, e é assim, de forma a tornarem mais reais essas imagens irreais, que os criativos publicitários fundem cada vez mais o real e a ficção, cuja ténue fronteira é cada vez mais explorada em publicidade.

A T-Mobile explorou de forma surpreendente essa fusão. Os criativos da campanha Life’s for sharing, os respectivos produtores e realização estão de parabéns... o consumidor torna-se produtor, a ficção parece mais real, o real deixa de ser menos aborrecido... life’s for sharing!


© ® T-Mobile


© ® T-Mobile

3 comments:

Unknown said...

Campanha simplesmente brilhante!
Porque a publicidade não tem que ser vista como uma intromissão ao ritmo das vidas das pessoas. Pode perfeitamente funcionar como parte integrante delas, despertando sentimentos e emoções, conectando marcas e pessoas de formas absolutamente inesperadas e em perfeita harmonia.
As chaves? Criatividade e vontade de marcar a diferença.
Mais que dar os parabéns aos criativos, produtores e realizadores, acho que devemos aplaudir os responsáveis de comunicação da T-Mobile por aceitarem que a criatividade e o risco caminhem de mãos dadas. Creio que terá sido esta a chave do sucesso desta campanha já que são escassas as marcas que acreditam na comunicação como factor diferencial. Tristemente, para a maioria dos empresários, life might be for sharing, but money is certainly not, e assim se perdem inúmeras oportunidades de proporcionar experiências tão incríveis e inesperadas como foi esta iniciativa de T-Mobile.

Unknown said...

Campanha simplesmente brilhante!
Porque a publicidade não tem que ser vista como uma intromissão ao ritmo das vidas das pessoas. Pode perfeitamente funcionar como parte integrante delas, despertando sentimentos e emoções, conectando marcas e pessoas de formas absolutamente inesperadas e em perfeita harmonia.
As chaves? Criatividade e vontade de marcar a diferença.
Mais que dar os parabéns aos criativos, produtores e realizadores, acho que devemos aplaudir os responsáveis de comunicação da T-Mobile por aceitarem que a criatividade e o risco caminhem de mãos dadas. Creio que terá sido esta a chave do sucesso desta campanha já que são escassas as marcas que acreditam na comunicação como factor diferencial. Tristemente, para a maioria dos empresários, life might be for sharing, but money is certainly not, e assim se perdem inúmeras oportunidades de proporcionar experiências tão incríveis e inesperadas como foi esta iniciativa de T-Mobile.

Fernando Faria Paulino said...

Sérgio,
Agradeço o comentário que subscrevo na totalidade.