Tuesday, August 05, 2008

03. Imagens que marcam... Nomadismo e transumância

A minha vida ficará para sempre ligada ao nomadismo e à transumância, não porque o(s) tenha praticado mas porque o(s) vivenciei de muito perto. Desconheço os resultados do I Encuentro mundial de pastores nómadas y trashumantes, que decorreu em Segóvia em 2007, bem como desconheço os resultados práticos da Declaración de Segovia de los Pastores Nómadas y Trashumantes. Mas subscrevo-os.

Tive o primeiro contacto com o nomadismo em finais dos anos 80, no norte de África, algures no deserto do Sara, entre a fronteira de Marrocos com a Argélia. Desde então, não mais parei de me interessar por um modo de vida com características tão próprias e dinâmicas sociais e culturais tão complexas. Ainda hoje transporto comigo, aquilo que considero ser uma espécie de talismã, uma cruz Tuaregue.

Mas foi em Portugal que desenvolvi a maior parte da minha investigação ligada a esta temática. Os homens com quem tive a honra de trabalhar, e com os quais partilhei práticas, refeições, noites, simples conversas e conhecimento, merecem da minha parte uma enorme e sincera admiração e daí, uma profunda homenagem.

Três anos de trabalho de campo desenvolvido deram origem em 2001 à minha dissertação de mestrado "Transumância da Estrela ao Montemuro. Da tradição à modernidade, a longa viagem da cultura pastoril", daí tendo ainda resultado a produção do CD-Rom interactivo "Ciclos" e do documentário "Transumantes, viagem pela memória".



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